sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Reciclagem é feita em menos da metade dos cartuchos de impressão

Menos da metade dos cartuchos de impressoras usados são reutilizados ou reciclados na Europa e Estados Unidos, revela o estudo "2007 Supplies Recycling: US and Europe", da InfoTrends. Os fabricantes de equipamentos originais dão enfoque à venda de novos produtos para lucrarem mais e, com isso, dificultam o alcance das metas ambientais.

Além disso, algumas empresas “reciclam” os cartuchos quebrando-os, no intuito de evitar a reutilização dos mesmos e diminuir seu lucro.

O relatório afirma que fabricantes de equipamentos originais (OEM, do inglês original equipment manufacturers) e empresas que reutilizam os cartuchos estão competindo para coletar cartuchos usados.

A coleta é difícil, uma vez que espera-se que os consumidores enviem seus cartuchos usados a empresas que os reutilizem - mas o custo da postagem às vezes excede o valor obtido com o retorno de um cartucho.

Entre os cartuchos reutilizados, 80% dos toners e 86% dos modelos a jato de tinta são jogados no lixo por ser pouco econômico preenchê-los novamente.

Os fornecedores terceirizados coletam 70% mais toners vazios das OEMs e 700% mais de cartuchos a jato de tinta que as próprias OEMs.

Recentemente aplicada, a diretriz Waste Electrical and Electronic Equipment (WEEE) não ajuda os fabricantes que reutilizam os cartuchos, uma vez que os vazios vão para as autoridades locais ou outros centros de reciclagem.

A pesquisa ainda revela que as empresas de reaproveitamento podem reduzir a demanda geral por novos cartuchos em 20%. Se poucos padrões de tamanho e tipo de cartucho, assim como o das pilhas AA, fossem implantados, a reciclagem seria mais fácil, afirma a InfoTrends.

O relatório sugere que alguns fabricantes de impressora, como a Xerox e a Lexmark, começam a perceber que a reutilização é melhor que a reciclagem.

Chris Mellor
Publicada em 24 de julho de 2007

http://idgnow.uol.com.br/

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

O ouro está no lixo

Sete em cada 10 dos 50 milhões de toneladas de sucata eletrônica produzidas por ano vão parar na China, onde são recicladas

Por Carlos Ossamu Revista Veja Especial Tecnologia - 08/2007

Um problema de difícil solução surgiu na esteira da tecnologia: o que fazer com a sucata eletrônica? De acordo com a ONU, o planeta descarta por ano 50 milhões de toneladas desse tipo de resíduo. Do ponto de vista ambiental é um desastre.

O material plástico das carcaças de computador leva séculos para se decompor na natureza. Os componentes, como as placas-mãe, estão recheados de metais pesados, como mercúrio, chumbo, cádmio e berílio, altamente tóxicos.

O problema só não é mais grave na Europa e nos Estados Unidos - os maiores produtores mundiais de sucata eletrônica - porque 70% de todo o lixo é enviado gratuitamente ou vendido a preços simbólicos à China.

A principal riqueza de Guiyu, cidade do litoral chinês com 150.000 moradores, é precisamente o garimpo no lixo eletrônico. Oito em cada dez habitantes, incluindo crianças e idosos, passam o dia destroçando carcaças de computadores, aparelhos de fax e outras peças. Buscam metais que possam ser recuperados e revendidos, como cobre, aço e ouro.

As placas-mãe das máquinas são desmontadas em fogareiros de carvão. As carcaças de PVC também são derretidas para aproveitamento, um processo que libera gases tóxicos.
Estudos constataram que o solo da região está contaminado por metais pesados. Não resta uma só fonte de água potável num raio de 50 quilômetros da cidade. Essas informações alarmistas não tiram o entusiasmo dos recicladores. Ao contrário.

Esse tipo de ferro-velho constitui um negócio tão promissor que outros países, particularmente a Índia e a Nigéria, passaram a disputar com os chineses os carregamentos de sucata eletrônica.

ESTATÍSTICAS
Há mais ouro em 1 tonelada de PCs do que em 17 toneladas de minério bruto do metalPilhas e baterias, como as de celular e notebook, demoram 500 anos para se decompor na natureza;

As placas de circuitos eletrônicos são 40 vezes mais ricas em cobre do que o minério bruto do metal;

Nos EUA, 304 milhões de aparelhos eletrônicos são jogados no lixo a cada ano. Seis em cada dez deles ainda funcionam.

Fonte: www.planetasustentavel.com.br